Objetivos
- Aprenda sobre Services no Kubernetes
- Entenda como rótulos (labels) e seletores (selectors) relacionam-se aos Services
- Exponha uma aplicação externamente ao cluster Kubernetes usando um Service
Visão Geral dos Services no Kubernetes
Pods do Kubernetes são efêmeros. Na verdade, Pods possuem um ciclo de vida. Quando um nó de processamento morre, os Pods executados no nó também são perdidos. A partir disso, o ReplicaSet pode dinamicamente retornar o cluster ao estado desejado através da criação de novos Pods para manter sua aplicação em execução. Como outro exemplo, considere um backend de processamento de imagens com 3 réplicas. Estas réplicas são permutáveis; o sistema front-end não deveria se importar com as réplicas backend ou ainda se um Pod foi perdido ou recriado. Dito isso, cada Pod em um cluster Kubernetes tem um endereço IP único, incluindo Pods que estejam rodando no mesmo nó, então há necessidade de ter uma forma de reconciliar automaticamente mudanças entre Pods de modo que sua aplicação continue funcionando.
Um objeto Service no Kubernetes é uma abstração que define um conjunto
lógico de Pods e uma política pela qual acessá-los. Serviços permitem um
baixo acoplamento entre os Pods dependentes. Um serviço é definido usando
YAML ou JSON, como todos os manifestos de objetos Kubernetes. O conjunto
de Pods selecionados por um Service é geralmente determinado por um
seletor de rótulos (veja abaixo o motivo pelo qual você poderia
desejar um Service que não inclui um seletor (selector
) na
especificação (spec
)).
Embora cada Pod tenha um endereço IP único, estes IPs não são expostos
externamente ao cluster sem um objeto Service. Objetos Service permitem
que suas aplicações recebam tráfego. Services podem ser expostos de
formas diferentes especificando um tipo (campo type
) na
especificação do serviço (campo spec):
- ClusterIP (padrão) - Expõe o serviço sob um endereço IP interno no cluster. Este tipo de serviço é acessível somente dentro do cluster.
-
NodePort - Expõe o serviço sob a mesma porta em cada nó
selecionado no cluster usando NAT. Torna o serviço acessível externamente
ao cluster usando o endereço
<NodeIP>:<NodePort>
. É um superconjunto do tipo ClusterIP. - LoadBalancer - Cria um balanceador de carga externo no provedor de nuvem atual (se suportado) e atribui um endereço IP fixo e externo para o serviço. É um superconjunto do tipo NodePort.
-
ExternalName - Mapeia o Service para o conteúdo do campo
externalName
(por exemplo,foo.bar.example.com
), retornando um registro DNS do tipoCNAME
com o seu valor. Nenhum tipo de proxy é configurado. Este tipo requer a versão 1.7 ou mais recente dokube-dns
, ou o CoreDNS versão 0.0.8 ou superior.
Mais informações sobre diferentes tipos de Services podem ser encontradas no tutorial Utilizando IP de origem. Veja também Conectando aplicações com serviços.
Adicionalmente, note que existem alguns casos de uso com serviços que
envolvem a ausência de um selector
no campo spec
.
Services criados sem selector
também não criarão objetos
Endpoints correspondentes. Isto permite que usuários mapeiem manualmente
um serviço a endpoints específicos. Outro motivo pelo qual seletores
podem estar ausentes é que você esteja utilizando estritamente
type: ExternalName
.
Resumo
- Exposição de Pods ao tráfego externo
- Balanceamento de carga de tráfego entre múltiplos Pods
- Utilização de rótulos (labels)
Um objeto Service do Kubernetes é uma camada de abstração que define um conjunto lógico de Pods e habilita a exposição ao tráfego externo, balanceamento de carga e descoberta de serviço para esses Pods.
Serviços e Rótulos
Um Service roteia tráfego entre um conjunto de Pods. Service é a abstração que permite Pods morrerem e se replicarem no Kubernetes sem impactar sua aplicação. A descoberta e o roteamento entre Pods dependentes (tal como componentes frontend e backend dentro de uma aplicação) são controlados por Services do Kubernetes.
Services relacionam um conjunto de Pods usando rótulos e seletores, uma primitiva de agrupamento que permite operações lógicas sobre objetos do Kubernetes. Rótulos são pares chave/valor anexados à objetos e podem ser usados de diversas formas:
- Designar objetos para desenvolvimento, teste e produção
- Adicionar tags de versão
- Classificar um objeto usando tags
Rótulos podem ser anexados aos objetos no momento de sua criação ou posteriormente. Eles podem ser modificados a qualquer momento. Vamos expor nossa aplicação usando um Service e aplicar alguns rótulos.
Crie um novo Service
Vamos verificar que nossa aplicação está rodando. Utilizaremos o comando
kubectl get
e procuraremos por Pods existentes:
kubectl get pods
Se não houver Pods rodando, isso significa que o ambiente interativo ainda está recarregando o estado anterior. Por favor, aguarde alguns instantes e liste os Pods novamente. Você poderá prosseguir assim que vir um Pod rodando.
A seguir, vamos listar os Services existentes no momento no nosso cluster:
kubectl get services
Temos um Service chamado kubernetes que é criado por padrão quando o minikube inicializa o cluster. Para criar um novo Service e expô-lo para tráfego externo utilizaremos o comando expose com o tipo NodePort.
kubectl expose deployment/kubernetes-bootcamp --type=NodePort --port 8080
Vamos rodar novamente o subcomando get services
:
kubectl get services
Temos agora um Service chamado kubernetes-bootcamp rodando. Aqui vemos que o Service recebeu um ClusterIP único, uma porta interna e um IP externo (o IP do nó).
Para descobrir qual porta foi aberta externamente (para o Service com
tipo NodePort) iremos rodar o subcomando describe service
:
kubectl describe services/kubernetes-bootcamp
Crie uma variável de ambiente chamada NODE_PORT que armazena o número da porta do nó:
export NODE_PORT="$(kubectl get services/kubernetes-bootcamp -o go-template='{{(index .spec.ports 0).nodePort}}')"
echo "NODE_PORT=$NODE_PORT"
Agora podemos verificar que a aplicação está exposta externamente ao
cluster utilizando curl
, o endereço IP do nó e a porta
exposta externamente:
curl http://"$(minikube ip):$NODE_PORT"
E receberemos uma resposta do servidor. O Service está exposto.
Passo 2: Utilizando rótulos (labels)
O Deployment criou automaticamente um rótulo para o nosso Pod. Com o
subcomando describe deployment
você pode ver o nome
(a chave) deste rótulo:
kubectl describe deployment
Vamos utilizar este rótulo para filtrar nossa lista de Pods.
Utilizaremos o comando kubectl get pods
com o parâmetro
-l, seguido dos valores dos rótulos:
kubectl get pods -l app=kubernetes-bootcamp
Você pode fazer o mesmo para listar os Services existentes:
kubectl get services -l app=kubernetes-bootcamp
Obtenha o nome do Pod e armazene-o na variável de ambiente POD_NAME:
export POD_NAME="$(kubectl get pods -o go-template --template '{{range .items}}{{.metadata.name}}{{"\n"}}{{end}}')"
echo "Name of the Pod: $POD_NAME"
Para aplicar um novo rótulo podemos utilizar o subcomando label
,
seguido pelo tipo de objeto, nome do objeto e o novo rótulo:
kubectl label pods "$POD_NAME" version=v1
Este comando aplicará um novo rótulo no Pod (nós fixamos a versão
da aplicação ao Pod) e podemos verificar com o comando
describe pod
:
kubectl describe pods "$POD_NAME"
Vemos aqui que o rótulo está agora vinculado ao nosso Pod. E agora podemos pesquisar a lista de Pods utilizando o novo label:
kubectl get pods -l version=v1
E vemos o Pod.
Removendo um Service
Para remover um Service você pode utilizar o subcomando delete service
.
Rótulos também podem ser utilizados aqui:
kubectl delete service -l app=kubernetes-bootcamp
Confirme que o Service foi removido com sucesso:
kubectl get services
Isto confirma que nosso Service foi removido. Para confirmar que a rota não está mais exposta, você pode disparar uma requisição para o endereço IP e porta previamente expostos através do comando curl:
curl http://"$(minikube ip):$NODE_PORT"
Isto prova que a aplicação não está mais acessível de fora do cluster. Você pode confirmar que a aplicação ainda está rodando com um curl de dentro do Pod:
kubectl exec -ti $POD_NAME -- curl http://localhost:8080
Vemos aqui que a aplicação ainda está rodando. Isto se deve ao fato de que o Deployment está gerenciando a aplicação. Para encerrar a aplicação, você precisaria remover o Deployment também.
Assim que você finalizar este tutorial, vá para Executando Múltiplas Instâncias do seu Aplicativo.